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O fantasma de Nuremberg

Nuremberg, que julgou e condenou o nazismo, pariu um notável homem que
julgou e condenou o capitalismo. Robert Kurz, morto em 18 de julho, mostrou na
esteira de Marx, utilizando as leis econômicas descobertas por ele, que o
sistema capitalista vive o colapso da sua impossibilidade interna de produzir
valor, pois máquinas não fazem mais do que produzir outras máquinas, sendo o
ser humano excluído desse processo. Kurz advoga, no limite radical da sua
teoria, o desaparecimento da mais-valia, consequência do perecimento do
trabalho humano. O resultado é o mundo fictício dos créditos bancários e dos
investimentos virtuais em bolsas de valores, ou financeirização, ao invés de
produtividade real da economia capitalista tomada na dimensão global. A
crise estrutural do sistema, que eclodiu em 2008, se espalha pelo mundo como um
rastilho de pólvora, cujos anúncios se manifestam pelas diversas formas de
violência visíveis a olho nu “para quem tem olhos”; isso, além da
superficialidade, futilidade e incapacidade para pensar, produzidos dentro dessa
cultura, estimulou o individualismo narcísico mais grotesco, que se nutre do
egoísmo contra qualquer ética público-comunitária.
Dentro dessa visão teórica e política, o
grupo Krisis, de Fortaleza, muito prestigiado pelo próprio Kurz, com sua
presença em debates aqui realizados, manifesta essa radicalidade contra a
degradação provocada pela civilização capitalista mundial, pregando o voto
nulo. Concorde-se ou não com tal atuação política, não há dúvida de que é baseada
num sistema de pensamento teoricamente consistente. A
inutilidade dos “remendos”, que o capitalismo globalizado tentou colocar,
apoiado no seu extenso domínio midiático, levou-o à contraofensiva atual com
golpes brancos como em Honduras e mais recentemente no Paraguai. Além disso, o
carro chefe desse sistema, os E.U.A, aliado a potências europeias do antigo
colonialismo, tenta agressivamente manter o domínio geopolítico e econômico do
mundo, através de ações militares e fortes subsídios a candidatos de direita nos
processos eleitorais de diversos países.O Brasil, fortalecido no governo Lula, é
alvo dessa estratégia mundial nas eleições de outubro, sendo visível a
tentativa midiática de dividir a esquerda, contrapondo Lula a Dilma.
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Perfil
Minha reflexão levou-me à idéia de que a política tem um motor paranóico impossibilitando juntamente com os interesses de classes a consecução pelo homem da justiça e do bem. Finalmente me caracterizo como pensador radical, sem sectarismo, para quem a sociedade capitalista contemporânea se exprime pela afanosa busca do fetiche consumista.
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