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A Paranoia Americana
A Casa Branca foi palco num curtíssimo
espaço de tempo de três acontecimentos trágicos nas sucessivas tragédias que
acometem a sócio-cultura americana. Nenhum cientista social ou psicanalista por
mais americanófilo que seja, pode deixar de levar em conta os fatos sucessivos
de natureza criminosa que apontam para uma patologia da cultura desse país.
Será isto apenas um acaso histórico, ou estamos diante da decadência de um
processo civilizatório, tal como aconteceu com a degradação do Império Romano?
É sabido que na decadência dos impérios aumenta
extraordinariamente sua sanha guerreira. Desde Alexandre Magno na Grécia até
Julio Cesar em Roma, que tendemos a personalizar a história como se ela fosse
movida pela força de um único homem. O fato é que antes mesmo da existência do
capitalismo de mercado, a ambição, a avareza e a ganância dos homens
disseminados numa certa cultura, eram projetadas na figura de um herói. A
derrota de Napoleão junto aos muros de Moscou no começo do século XIX, não se
deveu à genialidade do Marechal Kutusov e nem sua definitiva derrota em
Waterloo ao gênio de Wellington, mas a uma conjunção de fatores que leva à
queda dos impérios.
Desde a eleição do presidente Obama,
escrevi ser um tolo romantismo imaginar grandes mudanças na política americana
pelo simples fato do homem ser negro. Ao contrário, a insaciável busca do
capitalismo de mercado por fontes de energia e lucro ampliou enormemente o
impulso norte-americano pelo controle das nações. Os EUA têm centenas de aviões
não tripulados voando pelo mundo para espionar e matar aqueles que caem na
desgraça de Washington. A pretexto de combater o terrorismo, violam igualmente
a soberania dos chamados aliados estratégicos ou amigos, através da internet
controlada pelo Pentágono.
O preço a pagar pelo desenvolvimento da
cultura narcísica individualista é a paranoia que se espalha intramuros e se
projeta pelo mundo a fora. Max Weber afirma que os valores culturais
desenvolvimentos nos EUA, tanto quanto na Europa Ocidental, tiveram como origem
a ética protestante, que privilegia o indivíduo ao grupo, enquanto exalta o
privado em relação ao coletivo. O fato é que ao longo do processo histórico, a
religião foi substituída pela adoração do dinheiro, enquanto a liberdade
tornou-se simples farsa diplomática.
O paradoxo de um país que se proclama
campeão da democracia contrastando com os atos de sabotagem revelados pelo
agente americano Edward Snowden é tão evidente que emudeceu a maioria de seus defensores
mediáticos. A imprensa mundial criou inclusive o rótulo de fadiga jornalística,
para a não cobertura do carrilhão criminoso americano interno e externo,
dizendo que são tão repetitivos, que não interessa mais ao público.
A fraude continua por outros meios, pois
é mais sincero fazer como o primeiro ministro D. Cameron, que defendeu a
loucura americana, embora saibamos que a Inglaterra não passa de “vaquinha de
presépio” de Washington. A Casa Branca é o altar no qual é celebrado o culto do
dinheiro pelo oficiante paranoico.
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Perfil
Minha reflexão levou-me à idéia de que a política tem um motor paranóico impossibilitando juntamente com os interesses de classes a consecução pelo homem da justiça e do bem. Finalmente me caracterizo como pensador radical, sem sectarismo, para quem a sociedade capitalista contemporânea se exprime pela afanosa busca do fetiche consumista.
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