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O Super Mercado da Morte
No mundo atual a morte ronda a humanidade por toda parte. Os meios de
comunicação mundializados estão cada vez mais infestados de perversão, crime e
morte. A ciência a serviço do poder investiga a inteligência artificial que
seria o aniquilamento da própria inteligência humana. Nesse ambiente de ilusão reina
a superficialidade que sujeita o ser humano ao consumo midiático. A morte se
torna igualmente objeto de consumo, direta ou indiretamente, consciente ou
inconscientemente.
A face terrível da medicina em
contraste com sua dimensão salvadora e hipocrática, ganha força dentro do
mercado instrumentalizado pelo lucro. A globalização mercantil que cria sua
própria ética médica, pretende então determinar a fronteira entre a vida e a
morte. A discussão sobre eutanásia, ortotanásia e distanásia deve
necessariamente levar em conta essa gigantesca manipulação.
Em nome da liberdade de expressão, sites
conclamando ao suicídio e à violência fazem apologia da morte que o “mercado
livre” busca com a mesma intensidade com que almeja o lucro absoluto.
O notável linguista norte americano
Noam Chomsky escreveu um precioso livro chamado “Mídia, Propaganda Política e
Manipulação”, no qual mostra como a imprensa do seu país juntamente com o
governo usam a hipocrisia, a mentira e a espionagem como instrumento de submissão
daquilo que o maior teórico do jornalismo, seu compatriota Walter Lippmann,
chamou rebanho desorientado.
Segundo Lippmann, só as mentes seletas são capazes de compreender a
natureza da política e os valores maiores do ser humano. A visão filosófica,
reacionária e conservadora é espalhada como cultura globalizada que atinge
principalmente a classe média, trânsfuga abominável desta mentalidade que a
ironia fina de Voltaire chamaria panglossiana.
A maioria da classe médica mundial, salvo extraordinárias exceções como,
Médicos sem Fronteira, entra no jogo sórdido do mercado que mercadeja a vida e
a morte.
A medicina que Michael Moore denuncia constantemente nos seus filmes,
alugada para esta monstruosidade, torna os corpos prisioneiros do mercantilismo
desenfreado.
Avaliar quando alguém hospitalizado já morreu ou continua vivo, torna-se
simplesmente um problema jurídico.
O instrumental médico para estabelecer a fronteira entre a vida
vegetativa e a relacional é hoje extraordinariamente sofisticado, e por isso
mesmo sujeita o homem ao palavrório da medicina, embrulhado nas questões
religiosas e jurídicas. Manter a vida artificialmente pode ser um grande negócio,
pois ao individuo pós-comatoso não é assegurado o direito de decidir se quiser
ou não continuar vivendo no sofrimento.
As recentes denúncias sobre o uso fraudulento de medicamentos e próteses
no Brasil, somente evidenciam a associação espúria entre a indústria
farmacêutica e certos setores da medicina mundial e nacional. A morte nas inúmeras
guerras localizadas por bombas de fragmentação ou mísseis lançados, por drones obedece
ao plano do mercado, tanto quanto, sua manipulação pelo braço ganancioso e
corrupto da medicina.
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Perfil
Minha reflexão levou-me à idéia de que a política tem um motor paranóico impossibilitando juntamente com os interesses de classes a consecução pelo homem da justiça e do bem. Finalmente me caracterizo como pensador radical, sem sectarismo, para quem a sociedade capitalista contemporânea se exprime pela afanosa busca do fetiche consumista.
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