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Paulo Freire: universidade ameaçada
O ataque ao grande educador
brasileiro, não pode ser visto como simples aleivosia da brutal ignorância
comanda pelo governo usurpador de Temer. O ato de alterar na página do wikipedia aspectos fundamentais do
trabalho de Paulo Freire por suposta indução marxiana da sua pedagogia é uma
estupidez que precisa ser compreendida, como parte do projeto de destruição do
pensamento de esquerda que vem acontecendo desde o governo FHC.
É o projeto de amplo ataque ao
pensamento universitário e vai certamente atingir a universidade brasileira na
forma e no conteúdo, no pensamento e na prática, ou seja, o ensino universal
será privatizado. Isso está de acordo com o plano geral de entregar tanto
nossas riquezas de subsolo às Seis Irmãs (sistema petroleiro mundial comandado
pelos EUA), quanto o sistema universitário à Kroton, disfarce laranja para o
capital estrangeiro investido na educação, retirando do país a autonomia do
pensamento, alegando que deixarão de investir na nossa deficiente educação
universitária, 80 bilhões de dólares por ano.
A esquerda brasileira precisa
sair da sombra e dizer seu nome e deixar essa tolice de que, os conceitos de
direita e esquerda desapareceram, enquanto a prática continua a confirmá-los,
tanto quanto a existência de luta entre classes. Isso significa que a luta
contra a desigualdade de um lado e a concentração de renda com consequente
pauperização da maioria da população do outro, precisam ser enfrentados,
combatendo o projeto de enfraquecimento do Estado. A defesa da instituição
Estado é outro aspecto melindroso para certa esquerda encabulada que acaba por
favorecer as pretensões do grande mercado concentrador do dinheiro.
O enfraquecimento do sistema
universitário corresponde ao fortalecimento da concentração do capital
financeiro especulativo e bancário. E para levar adiante o projeto nefando é necessário
retirar do caminho o Pensar Crítico da intelectualidade. Desde quando o
golpe pretendeu extinguir o Ministério da Cultura, que essa orda bárbara não
para de criar álibis, objetivando reforçar o patrimonialismo brasileiro
(FIESP).
A universidade certamente precisa
ser repensada, mas o que observamos é essencialmente a busca da sua destruição.
A comunidade universitária não pode ficar apática diante desse processo
operacionalizado por forças políticas internacionais, aliadas ao mais grosseiro
conservadorismo brasileiro (República do Paraná). O projeto Escola sem Partido
ou não fazer política na escola é o equivalente ao MOBRAL da Ditadura Militar e
significa o bloqueio do exercício do Pensar. O homem existe porque pensa e as
grandes nações sempre estimularam o livre exercício do pensamento
universitário, e as universidades norte-americanas são um exemplo disso.
A esquerda não é contra a
meritocracia do empreendedor, mas esse particularismo não pode sufocar o
universalismo da atuação sociopolítica. A cultura brasileira xenófoba e racista
confunde o exercício crítico próprio da universidade com radicalismo
indiscriminado.
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Perfil
Minha reflexão levou-me à idéia de que a política tem um motor paranóico impossibilitando juntamente com os interesses de classes a consecução pelo homem da justiça e do bem. Finalmente me caracterizo como pensador radical, sem sectarismo, para quem a sociedade capitalista contemporânea se exprime pela afanosa busca do fetiche consumista.
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