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A CONVICÇÃO DA ARROGÂNCIA


A greve geral ocorrida em 28 de abril e as
comemorações do 1º de maio mostraram que o povo brasileiro vai resistir à
usurpação que está sendo praticada contra seus direitos legítimos por um
governo ilegítimo. A operacionalização midiático-congressual-judidicial deste
atentado contra a Constituição e a Democracia brasileiras sofre seu primeiro
grande revés complementado com a aprovação da PEC que pune o abuso de
autoridades.
É claro que as críticas dirigidas
ao Poder Judiciário por juristas e intelectuais, igualmente levaram às
primeiras intervenções mais contundentes contra os excessos da chamada operação
Lava-Jato. Sabemos que todo Estado de Exceção acaba produzindo um direito de
exceção como é o caso do espetaculoso principado de Curitiba.
Quando fundamentalismo religioso
e paranoia teológico-política se combinam, os indivíduos de tais grupos
sentem-se autorizados por Deus a praticar arbitrariedade em nome do que
consideram um processo purificador, utilizando como álibi o combate à
corrupção. Isso aconteceu com Hitler, Stalin, Mussolini, Salazar, Franco e na
ditadura militar brasileira. Neste desenvolvimento, estimulados pela
espetacularização midiática, a arrogância de juízes, promotores e policiais
alcança o auge.
Dalmo Dallari e Comparatto sublinharam
igualmente o ataque à Constituição que paradoxalmente o judiciário promove com
prisões justificadas apenas por indícios ou, vejam o absurdo, a convicção do
juiz. O psicanalista sabe que convicção é algo ilógico, tanto quanto é ilógico
a tal delação premiada que na verdade se torna tortura mental premiada.
Um indivíduo riquíssimo, depois
de uma semana de cadeia, confessa qualquer coisa que o juiz desejar,
principalmente quando a esquerda ou o Lula forem o foco, já que a corporação
judiciária é culturalmente conversadora e reacionária. Além disso, sabe-se que
este grupelho curitibano é fortemente apoiado pelo departamento de justiça
norte-americano e FBI, cujo escopo geopolítico mais amplo é o interesse econômico
nas reservas de petróleo e na sustentação do rentismo bancário.
A arrogância não é simplesmente o
inverso de humildade, mas trata-se de disposição mental na parte psicótica da
personalidade que envolve todo aparelho psíquico do indivíduo e se dissemina no
grupo de convictos. Tal dispositivo é similar ao que existe em qualquer seita
ou grupo político fundamentalista não importando a orientação ideológica. A
ideia fixa de cumprir uma missão salvadora com respaldo divino não comporta
dúvida ou hesitação. Himler dizia: cometo atrocidades em nome do meu país para
salvar o mundo da degradação judaica.
O perverso arrogante é sujeito e
objeto do seu ato que não permite questionamentos, pois já tem todas as
respostas. Assim, justifica o delírio grandioso de liquidar a “degradação moral”.
O conhecimento é onisciência, o amor é bondade hipócrita e o ódio, estupidez
arrogante, pois quem não comungar da mesma convicção está alinhado ao mal. O
maniqueísmo é a mais estúpida intolerância religiosa e política.
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Perfil
Minha reflexão levou-me à idéia de que a política tem um motor paranóico impossibilitando juntamente com os interesses de classes a consecução pelo homem da justiça e do bem. Finalmente me caracterizo como pensador radical, sem sectarismo, para quem a sociedade capitalista contemporânea se exprime pela afanosa busca do fetiche consumista.
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